Segundo o documento, trata-se do "projeto âncora de
grandes dimensões à escala industrial de produção de hidrogénio verde, focado
em alavancar a energia solar, mas também eólica, enquanto fatores de
competitividade, tirando partido da localização estratégica de Sines",
cujo investimento base previsto "poderá ser superior a 1,5 mil milhões de
euros".
O objetivo do Governo, lê-se, é o de instalar uma unidade
industrial com uma capacidade total em eletrolisadores de, pelo menos, um
gigawatt (GW) até 2030.
A esperança do executivo é a de que este investimento
permita "posicionar Sines, e Portugal, como um importante 'hub' de
hidrogénio verde".
Assim, faz ainda parte da estratégia nacional para o
hidrogénio a continuação dos trabalhos para formalizar uma candidatura ao
Projeto Importante de Interesse Europeu Comum (IPCEI, na sigla inglesa)
Hidrogénio, "com o objetivo de apoiar o desenvolvimento da cadeia de valor
industrial em torno do hidrogénio verde".
Em junho, o Governo lançou um convite à manifestação de
interesse no projeto de hidrogénio planeado para Sines, direcionado a
"empresas ou entidades portuguesas ou europeias", segundo o
Ministério do Ambiente e Ação Climática.
Em comunicado enviado na altura, a tutela resumia um
despacho publicado em Diário da República (DR) dando conta de que "o
projeto de Sines, que é parte integrante da Estratégia Nacional para o Hidrogénio,
tem suscitado um grande interesse por parte do setor empresarial
português" e que, por isso, considerou "vantajoso iniciar um processo
de manifestação de interesse, dando oportunidade de participação de vários
projetos neste setor hidrogénio, desde que garantida a coerência estratégica
nacional e europeia".
"Esta auscultação do mercado e eventual
complementaridade de projetos vai permitir robustecer a candidatura portuguesa
ao IPCEI (Important Project of Common European interest) e incentivar sinergias
a nível de 'cluster' industrial", assegurava a tutela, destacando os
efeitos na "inovação, PME [pequenas e médias empresas] ou reforço da
capacidade de produção, potenciando a capacidade de exportação".
O período de manifestação de interesse encerrou em 17 de
julho.
No dia 30 de julho, o Conselho de Ministros aprovou a EN-H2
como fonte de energia, determinando que o hidrogénio deverá ter um preço
semelhante ao que hoje acontece para o gás natural, como afirmou na ocasião o
ministro do Ambiente e Ação Climática.
Em conferência de imprensa após o fim daquela reunião, João
Pedro Matos Fernandes afirmou que "a consulta pública mostrou que a
indústria química é o grande cliente do hidrogénio", cuja estratégia prevê
um investimento de cerca de sete mil milhões de euros, com a meta de aquele gás
representar 5% do consumo final de energia em 2030.
O ministro afirmou também que todos os apoios públicos
aplicáveis serão concedidos por "candidatura pública e concurso no âmbito
do Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos
(POSEUR) ou do programa que lhe suceda no próximo quadro comunitário de
apoio".
Lusa