Em comunicado enviado à agência Lusa, a ANGF anuncia que
a iniciativa de protesto “marcha taurina” vai decorrer, “pelo menos”, em 20
localidades de Portugal continental e nos Açores, no dia 27 deste mês, pelas
10:00.
Os protestos vão decorrer, na grande maioria, junto às
praças de touros de Lisboa, Alcochete, Alenquer, Chamusca, Moita do Ribatejo,
Portalegre, Montijo, Azambuja, Arruda dos Vinhos, Vila Franca de Xira, Beja,
Caldas da Rainha, Coruche, Évora, Montemor-o-Novo, Moura, Samora Correia,
Santarém, Tomar e na Ilha Terceira, nos Açores.
Sob o lema “A cultura não se censura”, a ANGF considera
que o setor tauromáquico tem vindo a ser “injustamente discriminado e
censurado” pelo Governo, numa “clara e inaceitável ditadura de gosto” por parte
do Ministério da Cultura.
“Os milhões de portugueses que são aficionados e que
representam este setor, que está intrinsecamente ligado a Portugal e aos
portugueses, têm sido ignorados, maltratados e os seus valores sociais e
culturais totalmente postos à prova”, lê-se no comunicado.
Na sequência do encerramento das praças de touros devido
à pandemia, segundo a associação, "há milhares de pessoas” que vivem deste
setor e que estão a “passar enormes dificuldades financeiras”, porque o Governo
decidiu que “não podem trabalhar”.
“De uma forma totalmente ordeira e ordenada, sem palavras
de ordem, respeitando os demais cidadãos, iremos demonstrar, para já
localmente, a nossa indignação para com o comportamento inaceitável deste
Governo”, acrescentam os representantes dos forcados.
Segundo a ANGF, são esperados no protesto os grupos de
forcados associados (cerca de 40), tertúlias taurinas, cavaleiros, ganadeiros,
matadores de touros e novilheiros, bandarilheiros, campinos, emboladores,
bandas de música, escolas de toureio e empresários, além de aficionados.
No dia 06 deste mês, a ministra da Cultura, Graça
Fonseca, disse que os espetáculos tauromáquicos vão poder ser retomados “assim
que as regras” para esse reinício “estiverem aprovadas pela Direção-Geral da
Saúde (DGS)”, devido à pandemia da covid-19.
Antes, em maio, a ProToiro - Federação Portuguesa de
Tauromaquia defendeu que a atividade deveria ser retomada no dia 01 deste mês,
data em que emitiu um comunicado alertando para os impactos que a pandemia está
a causar no setor, com o cancelamento de cerca de 70 espetáculos, num prejuízo
de quase cinco milhões de euros.
No plano de desconfinamento faseado apresentado pelo
Governo, as salas de espetáculo, teatro e cinemas foram os últimos espaços
culturais a reabrirem (no dia 01 deste mês), depois de meses fechados por causa
da pandemia.
A 04 de maio reabriram as livrarias, bibliotecas e
arquivos e, a 18 de maio, reabriram os museus, monumentos e palácios, galerias
de arte e similares.
Lusa