“Beja é uma cidade que vai beneficiar bastante do
investimento da Força Aérea” Portuguesa (FAP) “durante os próximos anos”,
destacou o ministro, durante uma visita à BA11.
O governante lembrou que “há vários meios que estão a ser
transferidos para Beja”, como a Esquadra dos aviões Épsilon, usados para
instrução elementar e básica de pilotagem, cuja mudança da Base Aérea N.º 1 de
Sintra para a BA11 já tinha sido anunciada.
Mas, como novidade, o ministro da Defesa anunciou hoje
que “também os grandes KC-390”, que Portugal acordou comprar à construtora
aeronáutica brasileira Embraer, para substituir os Hércules C-130, vão
“aterrar” em Beja.
“É uma decisão recente por parte da Força Aérea, de
alterar a base pensada inicialmente do Montijo – a Base Aérea N.º6 - para Beja”
ser “sede dos KC-390”, adiantou.
O que “significa que mais uma centena de militares com as
suas respetivas famílias virão para Beja”, congratulou-se o ministro da Defesa,
resumindo as alterações que a BA11 vai sofrer, no global, graças às novas
esquadras que vai acolher: “Teremos qualquer coisa como 200 ou 250 militares
com as respetivas famílias a instalarem-se” nesta cidade alentejana.
O primeiro dos KC-390 “chegará em fevereiro de 2023”, mas
“muito trabalho vai acontecer antes disso”, ou seja, “já vão sentir a presença
dos militares afetos” a esta aeronave mais cedo, na unidade militar e na
cidade.
Portugal acordou em 2019 a compra à Embraer de cinco
KC-390 Millenium, que irão substituir os Hérculos C-130, por um valor de 827
milhões de euros.
Questionado pela Lusa sobre se na escolha da BA11 pesou o
facto de a Embraer possuir duas fábricas no Alentejo, em Évora, a cerca de 45
minutos de distância, onde são produzidas algumas das peças dos KC-390, o
ministro lembrou que também a OGMA, em Alverca, produz componentes para estes
aviões, que vão chegar a Portugal já completos, depois de montados no Brasil.
Mas “vai chegar aqui a Beja” e, de forma simbólica,
“regressará às suas raízes alentejanas”, admitiu.
A Lusa questionou ainda João Gomes Cravinho sobre o
projeto de instalar em Beja uma escola de formação de pilotos de aviões,
oriundos de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), tendo o
ministro confirmado que a ideia mantém-se, mas tem estado em ‘stand-by’ devido
à pandemia de covid-19.
“As circunstâncias da pandemia obrigaram, de algum modo,
a suspender as reflexões empresariais que estavam a ter lugar sobre isto,
porque é preciso ver como é que saímos deste processo”, mas, dentro de “um ano
a um ano e meio”, a pandemia “dará lugar a uma normalidade completamente
diferente”, pelo que, “vamos agora retomar esse projeto, que é liderado por uma
empresa canadiana”, disse.
O governante explicou que “será uma escola privada”,
cujos clientes serão “a Força Aérea Portuguesa, mas também forças aéreas de
outros países”, com o objetivo de “dar formação a pilotos de diversos países”,
sendo que “os parceiros mais próximos são parceiros da NATO”.
Lusa