Ana Cid da APFN, explicou à Planície que “uma pessoa que viva sozinha em Almodôvar paga anualmente 12,48 € e a mesma pessoa, pelo mesmo consumo em Odemira paga 78,24 €. As famílias são penalizadas na sua dimensão na medida em que o valor cobrado por metro cúbico consumido não só não é o mesmo para todos os membros do agregado familiar como sobe à medida que o agregado cresce.
O município de Serpa é aquele que denota mais discriminação pela dimensão familiar: uma família com sete elementos paga 10 vezes mais pela água do que uma pessoa que viva sozinha. Em concreto, uma pessoa que viva sozinha paga por ano 31,44€ e uma família com 7 elementos paga por ano 304,92 €.”
Ana Cid acrescentou que “ o valor a pagar por um copo de água deve ser sempre o mesmo, não podendo depender o seu preço do número de elementos que compõem o agregado familiar nem do município onde as famílias vivem.”
O estudo demonstra que dentro do distrito de Beja, em 2018, os municípios de Ourique e Vidigueira são os que menos discriminam as famílias pela sua dimensão.
Dos 14 municípios do distrito de Beja, 8 têm tarifário familiar da Água (cerca de 57,14%), sendo que Cuba foi o último município a aderir, em 2016. Porém, não existe um modelo padrão para a construção destes tarifários e a sua eficácia nem sempre responde aos objectivos da sua criação.
A APFN chama ainda atenção para a volatilidade que existe no tratamento dos tarifários pelos municípios, podendo registar diferenças significativas de ano para ano, penalizando as famílias e retirando-lhes a capacidade de previsão dos gastos familiares.