O projecto da Cáritas de Beja foi uma das 69 iniciativas
sociais apoiadas, em tempos de pandemia, pela iniciativa Gulbenkian Cuida, para
responder às necessidades de quem, subitamente, se viu fechado em casa, privado
de contactos familiares e sociais, sem poder usufruir dos locais de apoio e de
convívio habituais, neste caso, nas instalações da Cáritas de Beja.
Márcio Guerra da Cáritas referiu à Planície que esta
iniciativa surgiu “na altura do primeiro confinamento, em Março de 2020, que
colocou os idosos que a Cáritas de Beja já acompanhava, no âmbito do seu
serviço domiciliário, obrigatoriamente em casa.”
“Uma das características da nossa população idosa é que
muitos deles não têm retaguarda familiar. Isto levantou uma grande preocupação
por parte da Cáritas. Como é que se ia fazer face a esta nova realidade de
acompanhar estas pessoas. Foi a partir deste problema concreto, que esboçamos
uma intervenção que possibilitasse fazer um acompanhamento especializado”.
Referiu o responsável.
Márcio Guerra acrescenta que “o confinamento era um
cenário propício para o eclodir de manifestações de ansiedade, depressão e
agravamento da demência, que alguns deles já apresentavam. Para fazer face a
esta situação, no âmbito da primeira fase deste projecto, em 2020, foram
realizadas 448 visitas domiciliárias e mais de 225 actividades de terapia
ocupacional, motora e sensorial, junto de três dezenas de idosos do concelho,
entre os 74 e os 89 anos”.
Face ao grande sucesso deste projecto, que tem como parceiros
locais a Associação Alememória e a Câmara Municipal de Beja, a Fundação
Calouste Gulbenkian renovou o seu apoio a esta iniciativa da CÁRITAS para o ano
2021, mantendo-se a intervenção nos mesmos moldes.