Patrícia Palma, investigadora no Instituto de
Ciências da Terra (ICT) da Universidade de Évora, que liderou este estudo,
sublinhou à Planície que o mesmo “foi desenvolvido na Bacia do Guadiana, em que
se percebeu nos diferentes usos do solo que temos o montado poderia beneficiar
a qualidade da água. Isto porque, como é uma cobertura arbórea, pode diminuir
as escorrências de contaminantes do solo para os cursos de água”.
“As
chuvas e enxurradas são um dos principais motores de arrastamento de
contaminantes para as massas de águas", sublinha a investigadora do ICT
elucidando que essa contaminação “é mais notória em locais com intensa
actividade agrícola”.
Em relação à contaminação pelas Estações de
Tratamento de Águas Residuais, Patrícia Palma referiu que “a contaminação tem
que ser evitada a montante. A nível das
Estações, tem que ser implementados tratamentos que consigam diminuir a carga
poluente que vai para as ribeiras”.
Segundo o estudo, o conhecimento químico e
ecológico de um número cada vez maior de ribeiras e afluentes do Guadiana
“possibilita a caracterização cada vez mais completa desta bacia e vem fornecer
ferramentas/ conhecimento, ao já existente e desenvolvido pela APA, para que os
Planos de Bacia Hidrográfica possam ser estabelecidos de uma forma mais direccionada
e específica" assume, reforçando que é imprescindível desenvolver novos
estudos que correlacionem a caracterização das diferentes tipologias de água
com, os usos de solos e as alterações climáticas, dada as características
específicas registadas em toda a região do Mediterrâneo.