As eleições presidenciais no
Distrito de Beja, deram a vitória a Marcelo Rebelo de Sousa, com mais de 50%
dos votos, (51,30%) um resultado que já era expectável, mesmo em tempo de
pandemia. A grande surpresa nesta região do País, foi o segundo lugar de André
Ventura.
Num rescaldo aos resultados
eleitorais, a Planície depois de ouvir os partidos no concelho de Moura, é
altura das reacções partidárias a nível distrital.
O responsável da DORBE de Beja do
PCP, João Pauzinho, deixou à Planície um primeiro apontamento na análise que o
partido faz destes resultados eleitorais, da campanha em si e da eleição para
Presidente da República. “Importa sempre relembrar que foi uma campanha
altamente condicionada, fruto da situação epidémica que atravessamos. A questão
do elevado número de abstenção, também se prende com a situação. Isto é um
facto, que temos que ter sempre em conta, na análise que podemos fazer de uma
eleição presidencial profundamente atípica”. Sobre o resultado eleitoral, o
comunista adianta que “o resultado eleitoral de João Ferreira, no Distrito de
Beja, que em termos comparativos podíamos dizer que manteve o score eleitoral
da campanha, também apoiada pelo Partido Comunista, de Edgar Silva. Ficou aquém
do objectivado e dos números obtidos em eleições anteriores, mas ainda assim,
consideramos satisfatório, num quadro de profunda dramatização e da ideia criada
da necessidade da reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa, a uma primeira volta,
naturalmente concentrando em si muita dessa votação”. E acrescenta que “nós
valorizamos muito este resultado eleitoral no quadro do distrito, na situação
epidemiológica que neste momento atravessa. A candidatura de Edgar Silva há 5
anos ficou em 3º lugar. É bom lembrar que Sampaio da Nóvoa ficou em 2º”.
Em relação à votação de André
Ventura, João Pauzinho sublinha que “sobre essas questões do André Ventura e o
PCP, do que está a ser considerado e inventado por um conjunto de senhores que
fazem a opinião, que aquela ideia peregrina de que André Ventura captou votos
ao PCP, considero profundamente desonesto intelectualmente, basta olhar para os
resultados eleitorais”.
E adianta “se o candidato do PCP, há 5 anos atrás, teve
15%, são os mesmos 15% que João Ferreira teve no distrito de Beja. Importava
ver era noutras candidaturas. Onde estão os 31% de Sampaio da Nóvoa, ou os 5%
de Maria de Belém, ou os 12% de Marisa Matias que tiveram em 2016? Agora
tiveram a prestação que tiveram, Ana Gomes com 10% e Marisa Matias com 3%,
aumentando Marcelo Rebelo de Sousa apenas 20%. Isso sim é que era importante
ter em conta, ao contrário do 2º ou 3º, se ficou atrás ou à frente”.