As equipas dos lares atingidos por surtos de covid-19 vão precisar
de apoio psicológico para superar o impacto da pandemia nas instituições,
alertaram esta os responsáveis no Alentejo da União das
Misericórdias Portuguesas (UMP).
Em declarações à Planície, o presidente do
Secretariado Regional de Beja da UMP, Francisco Ganhão, sublinhou que “nós
na primeira vaga em termos de Misericórdias, não houve grandes motivos para
alarme, e as coisas foram decorrendo normalmente. Nesta segunda fase, a
situação mais grave aconteceu na Misericórdia de Serpa e de Mértola”.
E adianta que “isto tem impacto nas equipas, nos órgãos sociais e
achamos todos que é necessário que as Instituições tenham nos seus quadros uma
psicologia clínica, porque os utentes, muitas vezes, ficaram vedados a visitas
presenciais dos seus familiares, tendo somente acesso pelas novas tecnologias,
e muitas vezes a família são os colaboradores”.
Francisco Ganhão acrescenta que “estamos habituados a lidar com
utentes a partirem, mas não é com este impacto de 20 ou 21, num curto espaço de
tempo. O impacto psicológico e emocional nas equipas é devastador.
“Será sempre necessário um acompanhamento”, quer seja “no
psicólogo clínico da comunidade”, quer no das próprias instituições, se tiverem
essa “mais-valia” nos seus quadros. Refere o responsável.
“Isto mexe muito emocionalmente com todos nós. São pessoas que
estão aos nossos cuidados e tentamos dar o melhor por elas, mas é algo
invisível que entra, seja pelos colaboradores ou pelas vistas, e espalha-se com
um impacto muito forte na instituição, e na comunidade”, finalizou Francisco
Ganhão.