O Notícias ao Minuto esteve à conversa com o jovem de Beja
que falou sobre as mudanças que sentiu desde o início do programa e ainda sobre
os seus planos para o futuro.
"Sou mais reconhecido, mais falado pelo bom e também
pelo mau, temos de ser realistas. Espero que me traga mais trabalho e acima de
tudo [a possibilidade de] fazer uma carreira", afirmou, notando que quando
se inscreveu "nem sabia bem para o que é que ia".
Luís confessa-nos que não estava à espera de ganhar o
programa, mas que foi conquistando confiança em si mesmo com o passar do tempo.
"Aprendi a ver as coisas de outra maneira. Comecei a pensar mais por mim e
a acreditar mais", nota.
Neste sentido, a ajuda dos dois mentores com quem contou -
António Zambujo e Marisa Liz (que o salvou quando o primeiro mentor escolheu
Tiago Silva nas batalhas) foi fundamental.
Este foi sem dúvida um ponto de viragem na vida de
Trigacheiro. Para casa levou como prémios um contrato discográfico com a
Universal Music Portugal, um curso de Jazz e Música Moderna na Universidade
Lusíada e um automóvel.
No entanto, e como todas as moedas têm dois lados, apesar de
gostar da abordagem das pessoas na rua e o carinho que recebe, o cantor lamenta
que algumas não respeitem o seu "espaço".
"Há pessoas que sabem respeitar e outras nem tanto. Mas
também faz parte de nós mostrar que há um limite. Podemos falar um bocadinho,
estar ali à conversa, mas quando está bom, está bom. Eu sempre fui assim. Não
pretendo ser amigo de toda a gente, quero ajudar todos, mas quando começo a ver
que há interesses... é normal faz parte", desabafa.
Perguntámos ainda a Luís se gostaria de um dia representar
Portugal na Eurovisão, caso ganhasse o Festival de Canção. Esta é uma
possibilidade que vê com bons olhos. "Para mim seria uma honra se
acontecesse, acho que se enquadrava muito. Mas requer uma boa canção, sem
dúvida".
Refira-se, no entanto, que o Festival da Canção não está
incluído nos planos de Trigacheiro para breve. Atualmente está ocupado a tentar
perceber de que forma poderá aproveitar este reconhecimento espontâneo tendo em
conta que a pandemia tem dificultado em muito a vida aos artistas.
"Agora quero saber se posso trabalhar. O que posso ou
não fazer. Como é óbvio quero aproveitar a popularidade para arranjar mais
concertos. É a primeira vez que estou em palco sozinho e é o meu nome que está
em jogo. Quero fazer bem feito", diz com especial sentido de
responsabilidade.
"E o que é diria ao Luís no dia da prova cega tendo
passado por tudo isto?": "Dizer a mim mesmo para não ficar nervoso
não iria resultar, mas talvez lhe dissesse para relaxar mais, para desfrutar
acima de tudo. Depois para se concentrar mais, porque quando não se concentra
não passa para o público, foi isso que aconteceu nas batalhas".
NM