A quarta vítima mortal é uma idosa de 82 anos que fazia
parte do grupo de doentes infetados no surto, precisou Conceição Margalha.
A responsável confirmou mais três casos de infeção pelo
vírus que provoca a doença covid-19 relacionados com o surto, sendo dois de
profissionais e um de um doente internado.
Com a confirmação de mais três casos, subiu de 31 para 34
o número total de infetados no segundo surto no hospital de Beja, que inclui 25
profissionais de saúde e nove doentes, quatro dos quais morreram (aquela idosa,
outra duas de 84 e 90 anos e um idoso de 81 anos).
Segundo a ULSBA, devido ao número de profissionais
ausentes por estarem infetados ou em vigilância ativa com isolamento
profilático, os serviços afetados adaptaram os modos de funcionamento,
"não se tendo procedido ao encerramento de qualquer serviço ou camas de
internamento".
No entanto, a Unidade de Endoscopia Digestiva fechou no
dia 31 de outubro para uma ação de desinfeção e reabriu no dia 02 deste mês e
as cirurgias programadas, que chegaram a ser suspensas, "estão a ser
gradualmente retomadas".
Segundo Conceição Margalha, o segundo surto no hospital
de Beja, que foi divulgado em 29 de outubro, teve origem numa doente infetada
que entrou no Serviço de Urgência Geral com uma patologia abdominal e depois
teve indicação para cirurgia.
Por não ter sintomas compatíveis com covid-19 e, por
isso, não ser um caso suspeito, a doente, antes de ser internada, ficou no
Serviço de Urgência Geral, onde fez um teste de despiste da presença do vírus
que provoca aquela doença e que deu resultado positivo.
Até ser conhecido o resultado do teste, o que demorou 24
horas, a doente infetou dois utentes que estavam ao lado dela no Serviço de
Urgência Geral, os quais, por sua vez, e já internados num piso do hospital,
infetaram outros três doentes, explicou a presidente da ULSBA.
Após a deteção da infeção na doente, foram feitos testes
a outros doentes e a profissionais de saúde, o que permitiu detetar os
restantes casos de infeção já confirmados.
Conceição Margalha disse que "é muito difícil
detetar as fontes de contágio" numa altura em que há disseminação
comunitária do vírus da covid-19 e frisou que são feitos testes de despiste a
todos os doentes antes de serem internados no hospital de Beja.
No entanto, explicou, o facto de um doente com resultado
negativo no teste feito antes do internamento poder vir a ter resultado
positivo num segundo teste já internado não significa que tenha adquirido a
infeção no hospital.
Pode tratar-se de um doente que já estava infetado à
entrada no hospital, mas a infeção não foi diagnosticada "por estar no
período de janela", ou seja, de incubação, que é o tempo entre a exposição
ao vírus e o aparecimento de sintomas.
Conceição Margalha disse que o hospital de Beja vai
começar a testar todos os doentes ao quinto dia de internamento para
"evitar estas situações, embora esta precaução suplementar não possa ser
uma segurança absoluta".
O primeiro surto no hospital de Beja, que foi identificado
em 24 de setembro e considerado ultrapassado em 21 de outubro, infetou 36
profissionais de saúde, todos já recuperados e a trabalhar.
Lusa